quinta-feira, 31 de maio de 2012

UMA FORMAÇÃO PARA O FUTURO: LIMITES E POSSIBILIDADES

MAGALHÃES, Antonio Carlos Tomás Fialho. Uberaba: Oficina de Ensino e Projetos Educacionais, Janeiro, 2006.

Muito tem se discutido sobre a formação do professor sob a perspectiva de uma prática pedagógica transformadora, porém ainda não se definiu o caminho a ser trilhado para uma efetiva atuação que definisse qual o tipo de transformação realizar. Nessa linha de pensamento, o profissional tem que estar ciente atualização em práticas docentes de vanguarda, inovadoras e que vá atender à comunidade escolar e a diversidade humana.

Sabe-se que algumas escolas já possuem projetos de pesquisa colaborativa na área de formação de professores com o objetivo de conferir-lhes autonomia e emancipar sua dependência frente a outros profissionais, e isso se dá principalmente no que se refere à informática educacional. Fala-se muito em processo de aprendizagem cooperativa, isso porque, nesse contexto, se encontra a construção e o aprimoramento de competências destinadas à prática de ensino, articuladas entre o individual e o coletivo.

O processo de interação caracteriza-se pela atividade compartilhada, sendo dirigida conjuntamente pelos sujeitos envolvidos nesse processo. A base de toda a atividade cooperativa é a ação conjunta, há negociação de conflitos, estabelecendo-se uma teia de relações. Nesse quadro, não se deve conceituar aprendizagens coletivas como um conjunto de processos individuais, e sim como o resultado de intercâmbio de informações e da colaboração de todos os profissionais docentes de uma dada escola e ou curso formativo.

Ao tratar a formação do professor como uma modalidade coletiva de aperfeiçoamento, implica dizer que os atores cooperam entre si para alcançar objetivos e metas comuns, rumo ao sucesso escolar e desenvolvimento cognitivo dos educandos. Entretanto, para que uma ação coletiva seja implementada na escola, necessita-se de um desenvolvimento do espírito de equipe consistente, visando à aquisição, registro e produção de novos conhecimentos, práticas e experiências disponíveis na e para toda a instituição.

Dessa forma, por meio de saberes de diferentes procedências e naturezas, pertencentes ao indivíduo ou ao grupo de trabalho cooperativo, irão se formar uma teia de conhecimentos a serem incorporados no rol de colaborações e contribuições de todos os integrantes da equipe escolar. No entanto, deve-se ressaltar que o processo coletivo de aprendizagem não se programa pela simples acumulação de experiências e práticas colecionadas ao longo da formação, e sim quando teorias e práticas forem coletivamente utilizadas por todos os envolvidos no processo educativo.

Tal processo deve atender às necessidades pedagógicas da escola, dos alunos e da equipe docente bem como permitir o compartilhamento de aprendizagens, a reflexão de experiências novas, o confronto e a análise dos resultados obtidos no espaço escolar. Nesse modo de pensar, a equipe deve procurar trabalhar coletivamente, sempre que possível, de modo que as disciplinas dialoguem entre si e o professor saia do isolamento da sala de aula e comece a trabalhar os conteúdos de forma interdisciplinar.

Quando se tem a intenção de se transformar uma realidade, articulando saberes em torno de um objetivo comum, tal decisão favorece uma dinâmica interativa que as ações, redimensionando a prática pedagógica, construindo novas competências amplas e versáteis. Nesse contexto, as relações de parceria entre os diferentes profissionais da escola e os inseridos nos cursos de formação continuada que não pertencem à escola se alargam em uma perspectiva rica e promissora.

A formação do professor – reflexivo, crítico e transformador – traz implícita a necessidade do domínio de seus instrumentos de trabalho. A competência profissional é o primeiro compromisso pedagógico que o professor deve assumir para a transformação da sociedade. Será por meio dessa competência que o professor educador irá formar novos sujeitos críticos, utilizando-se da articulação dos conteúdos escolares com a prática social do conhecimento. Obviamente, que as mudanças na prática do professor não se dará espontaneamente, já que a sociedade tecnológica sugere um rompimento com práticas tradicionais e a partir daí se forme um novo profissional, comprometido com a luta pela transformação da realidade social e histórica.

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