segunda-feira, 12 de julho de 2010

LIBERTAS TARDIA

Antonio Carlos Tomás Fialho Magalhães

Libertas minha alma
Que suas palavras me libertam
Pois cerquei o Brasil
De uma literatura imensa
E meu discurso clama por justiça
Pois querem unificar a América
E assim perco meu oficio
Puramente brasileiro

Libertas poesia minha
Que meu pulso te aguardava
No ventre de meu pensamento
E que agora nasce
Em um lamento verde-amarelo
Posto que desespera
E espera teu povo levantar
Contra um discurso setentrional

Seras minha alma
Profunda de história
Já que meu corpo inflama
Na rede de um eterno amor
Onde nasce um caboclo mineiro
De um menino que não cansa
De escrever e pensar
De fecundar seu regaço moreno

Seras tupis meu discurso
Que a leitura do Ipê-Brasil
Que se acaba em pergaminho
Ora carvão, ora ninho
De um pássaro que perpassa
O céu de minha angústia
De não instaurar a identidade
Da língua pura brasileira

Tardia minha alma que tarda
A tarde de explendor magnífico
Gire a roda da tribo
E derrama em Águas Cristalinas
Âmago do meu ser cansado
De contestar contra a bússola
E inquieto de tanto correr
Meu coração sinceramente emana

Tardia minha poesia mineira
Que em confederação
Brava pela independência
Que esmorece e cresce
Em minha fantasia febril
De uma população já em prantos
De não suportar o raiar do dia
Com olhos turvos de indignação

Libertas tardia
Pulso dessa imensa poesia
Que sangra um coração cravado
De doer as fortes dores do parto
De angustia de um ler literário
Doutrinário contra as usuras
Ditaduras que meu povo é indígena
Nobre guarani, despertas.

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